SPSS: PROGRAMAS E ROTINAS COMPLEMENTARES (SYNTAX FILES)

 

Inquéritos: Amostragem Probabilística

 

Conceitos Fundamentais

Amostragem

Conjunto de procedimentos através dos quais se selecciona uma Amostra de uma População.

AMOSTRAGEM PROBABILÍSTICA — Procedimento em que todos os elementos da População têm uma probabilidade conhecida e superior a zero de integrar a Amostra.

AMOSTRAGEM NÃO PROBABILÍSTICA

AMOSTRAGEM INTENCIONAL — Amostragem Não Probabilística subordinada a objectivos específicos do investigador.

AMOSTRAGEM NÃO INTENCIONAL — Amostragem Não Probabilística regida por critérios de conveniência e/ou de disponiblidade dos inquiridos.

População

Conjunto de indivíduos (famílias ou outras organizações), acontecimentos ou outros objectos de estudo que o investigador pretende descrever ou para o quais pretende generalizar as suas conclusões/resultados. Também designada por UNIVERSO.

POPULAÇÃO TEÓRICA (ou de INFERÊNCIA) — A população para a qual se pretende generalizar as conclusões do inquérito. A totalidade dos elementos que compõem a População.

POPULAÇÃO-ALVO — A População Teórica, menos os grupos ou indivíduos que o investigador decidiu explicitamente excluir, com base em critérios devidamente fundamentados.

POPULAÇÃO-GRELHA — A parte da População que pode ser efectivamente listada na Grelha de Amostragem. A População que é contactável e da qual se selecciona efectivamente a Amostra. Também designada por POPULAÇÃO ACESSÍVEL, POPULAÇÃO INQUIRIDA ou POPULAÇÃO DO ESTUDO.

Unidade

Cada um dos elementos que constitui a População ou Universo. Uma unidade concreta sobre a qual se recolhem informações designa-se por CASO.

UNIDADE DE AMOSTRAGEM: Cada um dos elementos da população identificado e listado na Grelha de Amostragem.

NÚMERO DE IDENTIFICAÇÃO (ID): Número sequencial (de 1 a n) atribuído aos casos que compõem a Grelha de Amostragem.

Estrato

Subconjunto ou segmento da população caracterizado simultaneamente por um ou mais atributos. As unidade de amostragem de um estrato situam-se no mesmo nível hierárquico das unidades junto das quais se obtém a informação.

VARIÁVEL DE ESTRATIFICAÇÃO: Qualquer variável utilizada como critério na determinação de um estrato. Em regra, tomam-se como variáveis de estratificação as características sociodemográficas dos indivíduos (v.g., sexo, idade, nível de escolaridade, classe social, etc.). A intersecção das categorias de duas ou mais variáveis de estatificação define um estrato: se consideremos o sexo (1 = masculino; 2 = feminino) e o nível de escolaridade (1 = 4º ano de escolaridade ou inferior; 2 = do 5º ao 12º ano de escolaridade; 3 = escolaridade superior ao 12º ano), dividimos a população em seis estratos.

Cluster

Subconjunto ou segmento da população caracterizado por um ou mais atributos. As unidades de amostragem de um cluster situam-se num nível hierárquico superior ao das unidades junto das quais se obtém a informação (casos). Na situação mais frequente, os clusters constituem zonas ou áreas geográficas (v.g., bairros ou quateirões de uma cidade). Podem, igualmente ser formados por organizações (v.g., empresas, escolas, etc.) ou qualquer outra entidade supra-ordenada na qual se “encaixam” as  unidades a inquirir (v.g., indivíduos).

Amostra

Subconjunto da População ou Universo. Teoricamente, um MODELO da População.

AMOSTRA TEÓRICA — A totalidade unidades da População-Grelha ou Grelha de Amostragem que foram efectivamente seleccionadas para o inquérito.

AMOSTRA OBTIDA — As unidades contactadas e que responderam ao inquérito.

Plano de Amostragem

Protocolo que inclui, entre outros elementos, a definição da População em estudo, a especificação dos Procedimentos de Amostragem, a Grelha de Amostragem e a indicação do Tamanho pretendido para a Amostra.

Grelha de Amostragem

Operacionalização da População. Lista ou registo de todas as Unidades que compõem a População ou dispositivo equivalente (v.g., um programa que gere aleatoriamente os números de telefone de uma População é uma Grelha de Amostragem que substitui adequadamente — e com vantagens evidentes — a lista telefónica).

Tamanho da População e da Amostra

TAMANHO DA POPULAÇÃO (N): Número de Unidades que compõem a População em estudo.

TAMANHO DA AMOSTRA (n): Número de Unidades que integram a Amostra.

Para calcular o tamanho da amostra teórica, o investigador deve estabelecer previamente, o nível de confiança e o grau de precisão (intervalo de confiança) para as estimativas e/ou generalizações a efectuar. Inversamente, uma vez realizado o inquérito, o grau de precisão das estimativas depende do tamanho da amostra obtida, do nível de confiança pretendido para as generalizações e do erro-padrão das estatísticas amostrais.

FRACÇÃO DE AMOSTRAGEM (FA): Proporção de casos da Amostra em relação à População (FA = n/N).

INTERVALO DE AMOSTRAGEM (IA): Na Amostragem Aleatória Sistemática é a razão N/n (arredondada para o inteiro imediatamente inferior) e corresponde à distância entre os números de ordem ou identificação (ID) das sucessivas unidades seleccionadas para integrar a Amostra.

INÍCIO ALEATÓRIO (R): Na Amostragem Aleatória Sistemática, número de ordem da primeira unidade a incluir na Amostra. Gerado aleatoriamente no Intervalo de Amostragem (1 £ R £ IA).

Erro Total do Inquérito

Enviesamento das estimativas dos parâmetros populacionais a partir das respostas obtidas na amostra efectivamente inquirida. Divide-se em quatro componentes:

1) ERRO DE COBERTURA: Desfasamento entre a População Teórica e a População efectivamente incluída na Grelha de Amostragem;

2) ERRO DE NÃO-RESPOSTA: Desfasamento entre a Amostra Teórica e a amostra efectivamente inquirida;

Percentagem de resposta: Percentagem  de inquéritos válidos em relação ao número total de casos incluídos na Amostra Teórica (o mesmo que taxa de resposta “bruta” ou não corrigida);

Taxa de resposta: Percentagem de resposta corrigida para as diferentes categorias de não-respondentes

3) ERRO DE AMOSTRAGEM: Erro  resultante da heterogeneidade das possíveis amostras com o mesmo tamanho que podem ser extraídas de uma dada população. Para um dado nível de confiança, a margem máxima do erro de amostragem (ou magnitude do intervalo de confiança das estimativas e/ou generalizações) é função do tamanho da amostra, do erro padrão das estatísticas amostrais e da fracção de amostragem.

O grau de precisão das estimativas baseadas na totalidade dos efectivos da amostra é, obviamente, superior ao das estimativas feitas a partir das diversas segmentações (v.g., por sexo, classe etária, nível de escolaridade, etc.) dos inquiridos.

NÍVEL DE CONFIANÇA: Grau de “certeza” associado às estimativas, geralmente expresso em percentagem. Mais exactammente, o nível de confiança é a probabilidade complementar do Erro de Tipo I (rejeição da hipótese nula quando esta é verdadeira) e corresponde à decisão correcta de rejeitar a hipótese nula quando ela é falsa [NC = (1 – a) x 100].

INTERVALO DE CONFIANÇA: Margem de erro em torno de uma estatística.

ERRO-PADRÃO: Desvio padrão de uma estatística.

4) ERROS DE MEDIÇÃO: Distância entre os “verdadeiros valores” dos parâmetros e as respostas efectivamente registadas. Os erros de medição podem ser conceptualizados na linguagem clássica da psicometria como problemas de validade (erros sistemáticos) e fidelidade (erros aleatórios) das medidas, sendo imputáveis a quatro fontes distintas:

a)    Questões e categorias de resposta

b)    Inquiridor ou entrevistador

c)     Modo de administração do inquérito e de registo das respostas

d)    Respondente

 

NIIPS / CSEO

SYNTAX FILES

valferes@fpce.uc.pt

Última actualização: 2002-09-29